Não é mais sobre você. Talvez sua partida tenha
desengatilhado meus monstros interiores e agora eles estejam tentando tomar
conta de mim. Infelizmente, temo que eles tenham achado espaço para isso.
Acordar é um martírio. Dormir é doloroso. Sobreviver é uma
luta. Levantar, sorrir, comer, falar, andar, correr e todas as ações que somos
obrigados a fazer no dia-a-dia soam como uma verdadeira luta interna para mim.
Não tenho forças. Não tenho vontade. Não tenho vida.
Sobrevivo da pior maneira possível.
Não tenho sonhos. Não tenho metas. Não tenho futuro. Não
quero acordar. Não quero ter que encarar toda a merda que rodeia a minha mente
da hora que eu abro os olhos até a hora em que posso fechá-los novamente. Minha
mente não me perdoa e o peso constante em meu peito também não. Chorar parece a
solução mais óbvia a qualquer momento e prender a vontade constante de desabar
diante de qualquer situação, dói. Dói em mim, em meu corpo, em minha alma.
Minha alma chora initerruptamente desde o dia em que você abriu a porta de casa
e saiu sem olhar pra trás. Eu fiquei. Eu estou. Junto com todas as merdas que
ficaram aqui. Queria me tirar de mim. Sair do meu corpo, da minha cabeça, dessa
confusão imensa que me tornei.
Tudo está nublado, confuso, sujo, feio. Assim como eu.
Assim como o que eu me tornei.
Assim como o que eu descobri que sou.
Sou morta.
Iasmyn Gordiano, 07/01/17
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