sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Socorro

Não é mais sobre você. Talvez sua partida tenha desengatilhado meus monstros interiores e agora eles estejam tentando tomar conta de mim. Infelizmente, temo que eles tenham achado espaço para isso.
Acordar é um martírio. Dormir é doloroso. Sobreviver é uma luta. Levantar, sorrir, comer, falar, andar, correr e todas as ações que somos obrigados a fazer no dia-a-dia soam como uma verdadeira luta interna para mim. Não tenho forças. Não tenho vontade. Não tenho vida.
Sobrevivo da pior maneira possível.
Não tenho sonhos. Não tenho metas. Não tenho futuro. Não quero acordar. Não quero ter que encarar toda a merda que rodeia a minha mente da hora que eu abro os olhos até a hora em que posso fechá-los novamente. Minha mente não me perdoa e o peso constante em meu peito também não. Chorar parece a solução mais óbvia a qualquer momento e prender a vontade constante de desabar diante de qualquer situação, dói. Dói em mim, em meu corpo, em minha alma. Minha alma chora initerruptamente desde o dia em que você abriu a porta de casa e saiu sem olhar pra trás. Eu fiquei. Eu estou. Junto com todas as merdas que ficaram aqui. Queria me tirar de mim. Sair do meu corpo, da minha cabeça, dessa confusão imensa que me tornei.
Tudo está nublado, confuso, sujo, feio. Assim como eu.
Assim como o que eu me tornei.
Assim como o que eu descobri que sou.

Sou morta. 

Iasmyn Gordiano, 07/01/17

Nenhum comentário:

Postar um comentário