sábado, 3 de dezembro de 2016

Despedida II

Eu lembro do nosso último dia juntos. Passamos a manhã inteira abraçados em sua cama, fazendo planos que nunca se realizarão. Tinha aquele clima meio triste, meio esperançoso. Fizemos um último sexo e, juro por todo o que há de mais sagrado no universo, se eu soubesse que nossos corpos não se encontrariam novamente, teria congelado aquele momento. O último toque, suspiro, gemido. A última vez que você esteve dentro de mim e me fez sua. 
Lembro do último abraço. Do último adeus. Você me deu um cigarro de palha que tinha acabado de bolar e eu fumei no ponto de ônibus na frente de sua casa. Antes de sair, te perguntei inocentemente: "Estamos bem mesmo? Posso ir tranquila?" E você me respondeu que sim. Disse que me amava e que não desistiria de nós. Mas era mentira, não era? Desde o início você sabia que aquele era o nosso fim. Aquela seria a última vez que nossos labios se encontrariam, que nossos corpos se encaixariam, que seríamos um do outro naquela tua cama apertada que tanto deixei suada após nossas transas. Dissemos adeus e nos beijamos.
Mas ainda não te deixei partir. Não de dentro de mim.


Iasmyn Gordiano, 03/12/16

Nenhum comentário:

Postar um comentário