Fogo. Tudo pegava fogo ao meu redor. A minha pele era
incandescente, assim como o gosto amargo da droga que descia em minha garganta.
Língua dormente, mãos tremulas. Olhos desconexos com o resto do mundo. Cabeça
em outros planetas, outras galáxias. Eu não era eu. Eu era parte da mobília
antiga do meu quarto, era parte do chão, era uma das partículas de ar que por
ali circulavam livremente, como pequenas órbitas de planetas. Eu era o barulho
do ventilador que soprava vento quente em minha cara. Era a gota de suor que
descia lentamente pelas minhas costas. Era o pensamento perdido que agora
vagava em minha mente, tentando reencontrar o sentido dessa frase.
Iasmyn Gordiano, 06/06/16
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